Friday, May 01, 2009

Muita coisa boa, mas muita coisa ruim também...

Tem dois assuntos me incomodando relativos à música nos últimos dias. Vou tentar escrever um texto para cada um e espero poder expressar tudo o que acho relacionado à isso. O primeiro assunto é o que acho certo exagero das pessoas que gostam, acompanham e realmente se dedicam à música. Esse exagero seria no caso de superestimar grupos que são de certa forma desconhecidos. Claro que existe um sem-número de bandas e músicos que são/foram ótimos e nunca tiveram chance e/ou reconhecimento. Mas muita coisa que não é conhecido ou que ficou pelo tempo o fez isso simplesmente porque não é tão bom.

Sabemos que o rock and roll em todas suas vertentes e subdivisões são recheados dos fãs mais sinceros, fanáticos e leias que existem. Até porque é um estilo que “teima” em permanecer e se reinventar. Mas também sabemos que os fãs, e me incluo totalmente nessa, são um pouco chatos. Quem nunca participou de conversas que alguém ou até mesmo você falou com orgulho que o bom não é aquele CD que alguém ouviu e sim aquela demo que só os caras da banda sabem da existência. Que os dois DVDs oficiais do Gentle Giant não são tão legais quanto aquela gravação da TV que foi disponibilizadas na internet. O que quero dizer com tudo isso é que as vezes somos um pouco arrogantes em relação às coisas e gostamos de saber, ou mostrar, que só a gente conhece determinado material ou determinada banda.

E sobre essa história de conhecer determinada banda é o ponto crucial que está me incomodando. Tenho conversado virtualmente com outras pessoas e muitos têm esse mesmo sentimento (você é um deles KCarão!!! rs).
Existem milhares de blogs na internet disponibilizando álbuns para download e também muitos sites de música em geral onde podemos encontrar críticas sobre álbuns, músicas isoladas e bandas, conhecidas e não-conhecidas.

O que mais me chama atenção é que não podemos acreditar em tudo o que lemos afinal será mesmo que aquela banda que nunca conseguiu reconhecimento nos idos de 1970 é realmente MARAVILHOSA e EXTRAORDINÁRIA?

Alguém pode falar que um ou outro são realmente muito bons, e podem ser, mas a maioria esmagadora não é. Simplesmente não conseguiram sucesso ou reconhecimento duradouro porque estão abaixo da média.

No progressivo temos muito disso. São “descobertas” diversas bandas daquela época que são indicadas como EXCEPCIONAIS, mas quando escutamos não conseguimos identificar aquilo que o crítico tentou passar. Claro que existe também o importantíssimo fator gosto pessoal. Gosto de muita coisa que muita gente abomina e o contrário também acontece. Mas o fato é que muitas bandas são recomendadas com entusiasmo por outras pessoas pelo fato dessa pessoa ter prazer em indicar alguma coisa que sabidamente pouquíssimas pessoas conhecem, tornando-o uma referência com status de expert.

Também é fato que 99% das pessoas considera que a fase de ouro do progressivo foi durante os primeiros anos da década de 70, assim é muito mais legítimo “descobrir” bandas que ninguém descobriu à época para ter mais credibilidade do que recomendar uma banda nova ou das décadas de 80 e 90.

Outro ponto é que existem pessoas que recomendam uma determinada banda ou diso sem ao menos conhecer. Recomendam baseados em opiniões de outras pessoas. No Orkut tem muito disso. Alguém recomenda uma banda e outra pessoa, que também não ouviu, acaba atestando o comentário anterior para não parecer por fora.

Não citei nenhuma banda para exemplificar esse meu ponto de vista porque, como falei acima, o gosto pessoal é muito importante e posso ferir algum sentimento pessoal, mas creio que consegui passar minha mensagem.Por fim queria dizer que EXCEPCIONAL, MARAVILHOSO e EXTRAORDINÁRIA se aplicam àquelas bandas que passaram pelo crivo do tempo, para os medalhões que são ícones dos estilos que citei, afinal com eles que os estilos nasceram, cresceram, se desenvolveram e em alguns casos permaneceram. As bandas que são parâmetros utilizados para caracterizar as outras.