Monday, November 22, 2010

The New Wave of British Heavy Metal - 2ª Parte: Bandas importantes



Aproveitando que o assunto do blog da Collector's Rom nos últimos dias foram as listas, achei interessante fazer uma segunda parte sobre a New Wave of British Heavy Metal, a famosa NWOBHM. Depois do texto sobre o importantíssimo ano de 1980, em que apresento dez discos que criaram o caminho para o desenvolvimento do estilo, sempre achei que o assunto precisava de uma segunda parte.

Pensei em falar sobre os discos do ano de 1981, ou uma lista reunindo os anos de 1981 e 1982. Porém, achei que seria mais abrangente fazer uma lista de discos de bandas que, apesar de serem conhecidas por aqueles mais aficionados pelo estilo, não tiveram tanto reconhecimento quanto aquelas bandas que citei no primeiro texto. Ou seja, não seguirei nenhum critério temporal. Claro que esses álbuns são todos de um período bem determinado – 1980 a 1984 – mas isso é meramente uma coincidência esperada, já que estamos tratando de um estilo tão característico.

Não tenho pretensão de fazer uma lista dos dez melhores discos do estilo, nem mesmo sei se os álbuns aqui apresentados são os melhores dessas bandas - são apenas trabalhos que eu gosto muito e acho importantes. A ideia é passar uma seleção que sirva como um roteiro para aqueles que não conhecem as bandas. Também vou colocar os discos em ordem cronológica de lançamento.

Na primeira parte sobre a NWOBHM comento sobre uma certa indefinição que esses grupos tinham em seu som. Na verdade, essa indefinição só é percebida após todos esses anos, já que depois de tanto tempo estamos mais habituados a definir mais rápido o que é heavy metal tradicional e o que é hard rock. Como essas bandas tinham influências diretas da sonoridade de grupos setentistas, é natural que, apesar de tentar colocar mais peso em suas composições, o modo de tocar e compor fossem parecidos.

Lembro-me de que muitos comentaram na primeira matéria que a NWOBHM marcou uma menor influência do blues no heavy metal, e isso também foi importante.

Outro fato que eu estava notando no aprofundamento sobre a NWOBHM é que praticamente todas as bandas lançaram mais de um álbum, e muitas delas acabaram modificando o seu som para algo mais acessível. Talvez pelo simples fato de que com a enorme quantidade de grupos que estava surgindo, e com isso a grande concorrência, tornar o som mais acessível foi uma estratégia – nem sempre eficiente – de se destacar. O exemplo clássico é o Def Leppard.

É difícil encontrar bandas que tiveram apenas um disco gravado e desapareceram. Talvez a mais famosa seja o White Spirit do Janick Gers, que mereceu uma citação na matéria anterior. Isso aconteceu muito em outro movimento musical regional, o rock progressivo italiano.



Quartz – Stand Up and Fight (1980)

Esse disco não entrou na primeira lista que fiz porque senti a necessidade de incluir os trabalhos que mais geraram polêmica, mas achei que eram importantes serem citados - Micheal Schenker Group e Judas Priest.

Sabe aquele álbum que você escuta e tem certeza da sua época de lançamento? Esse é um deles. Não tem como não associá-lo automaticamente ao metal do início dos anos oitenta. Outra banda que sempre tenho esse conceito é o Quiet Riot. Apesar da sonoridade ser característica da época, a gravação é boa se compararmos com inúmeros discos do período. O baixo, por exemplo, é audível e não fica embolado.

O primeiro LP do Quartz foi produzido por Tony Iommi, com alguns backing vocals tendo sido gravados por Ozzy Osbourne, além de um solo de Brian May. Com padrinhos como esses e Stand Up and Fight como o disco seguinte, eles poderiam ter se dado muito melhor. O guitarrista e tecladista Geoff Nicholls é conhecido dos fãs do Black Sabbath, já que o mesmo saiu da banda pouco antes da gravação desse álbum para ajudar nas composições e tocar teclado no clássico Heaven and Hell. Os destaques são “Stokin Up the Fires of Hell”, a faixa título e “Can’t Say No to You”, apesar de muitos a acharem chata e longa demais.

O disco foi relançado em 2004 e é fácil de encontrá-lo no eBay a preços interessantes.



Praying Mantis – Time Tells No Lies (1981)

Todo mundo que se interessa pela NWOBHM logo dá de cara com essa banda. Seu estilo musical ainda tem muita da já citada indefinição musical que esses grupos tinham à época. É heavy metal ou hard rock? Cabe a cada um analisar e decidir.

A faixa de abertura, “Cheated” é totalmente hard rock, com refrão grudento e parte lentas. No ao vivo Live at Last, de 1990, essa música é cantada pelo Paul Di´Anno e ficou muito legal. Aliás, vários caras conhecidos já passaram pelo Praying Mantis ao longo de todos esses anos, inclusive Clive Burr e Dennis Straton (Iron Maiden), Bernie Shaw (Uriah Heep), Doogie White (Rainbow) e Gary Barden (Michael Schenker Group).

O disco tem vários hits que são tocados até hoje nos shows. Além da já citada “Cheated”, tem um cover dos Kinks - “All Day and All of the Night” -, “Running for Tomorrow”, “Flirting With Suicide” e “Panic in the Streets”. Porém, as demais faixas não citadas não ficam devendo nada para essas.

Quem se aprofundar um pouco mais irá descobrir que a história do grupo é uma verdadeira bagunça. Se você ler algum texto rapidamente não vai entender nada. Afinal, a banda até chegou a trocar de nome duas vezes.

No Japão o Praying Mantis faz muito sucesso. Seus discos são encontrados facilmente no mercado de lá. Algumas pessoas, inclusive este que vos escreve, conheceram a banda tendo contato com discos que foram gravados com a participação dos ex-integrantes do Iron Maiden, mas qualquer um desses álbuns não são tão bons quanto Time Tells No Lies, uma ótima aquisição para qualquer coleção.



Demon – The Unexpected Guest (1982)

Tenho certeza que os ouvintes tremiam quando ouviam pela primeira vez a faixa de abertura desse disco lá no início dos anos oitenta. Depois de sons sombrios, sussurros e portas rangendo ao fundo, temos o início de “Don’t Break the Circle”, que já começa direto no refrão, fazendo a gente cantar junto. Excelente música. A segunda, “The Spell”, é quase AOR, bem diferente da primeira, mas igualmente boa. Aliás, em várias faixas você vai encontrar refrões de fácil assimilação, característicos do AOR. Mas você quer metal? Então tá, escute “The Grand Ilusion” (coincidentemente o nome de um disco do Styx que abusa das passagens AOR também), “Beyond the Gates” e “Deliver Us From Evil”.

Tenho certeza que a sorte dos caras foi definida quando eles escolheram o nome Demon. A exemplo do que aconteceu com o Satan, dificilmente eles alcançariam sucesso comercial com esse nome, e sem sucesso comercial sabemos que nenhuma banda chega a ser reconhecida - porque competência eles tinham.

Apesar de serem de certo modo desconhecidos, o grupo não seguiu o caminho de vários outros, ou seja, não lançou um ou dois álbuns, se separou e depois voltou recentemente com o revival do estilo. A banda continuou, com uma mudança no som e na temática das letras e diversas modificações em seu line-up, apesar do pouco reconhecimento, até seu décimo álbum, lançado em 1992. Após isso, uma parada de quase dez anos, e aí sim um retorno para gravação de outro álbum em 2001.



Whitchfinder General – Friends of Hell (1983)

Toda vez que você ler algo sobre o Whitchfinder General vai ouvir duas coisas: uma é que eles seguiram os passos do Black Sabbath, e a outra é que eles são os precursores do doom metal. Já na audição da primeira música desse disco você vai dar razão para os dois argumentos.

Para quem já ouviu o primeiro álbum, Death Penalty (1982), vai logo perceber que este nada mais é do que uma continuação do que estava sendo feito. A impressão que dá é que eles compuseram os dois discos ao mesmo tempo e só dividiram as músicas. Os vereditos sobre qual é o melhor variam muito, mas se tiver que escolher eu fico com esse.

As opiniões sobre a faixa “Music” são muito distintas. Uns falam que é uma porcaria por ser uma tentativa de fazer uma música mais pop, outros dizem que é uma composição forte que fez aumentar a atenção para a banda. Sinceramente, acho que o destaque do disco não é esse, então acabo não tendo uma opinião formada. É legal, mas não tão legal quanto as outras.

Fico imaginando a capa desse álbum em LP. Tenho certeza que os moleques escondiam essa capa para não levarem bronca da mãe. Ambos os discos lançados pelo grupo nessa época tinham capas com mulheres seminuas sendo de alguma maneira atacadas pelos componentes da banda. A temática também devia fazer as mães “adorarem” o grupo: sexo, drogas, rock, cerveja e um pouquinho de satanismo para temperar – enfim, tudo o que os pais esperam que um adolescente ouça.



Raven – All for One (1983)

Não confundir esse disco com o One for All de 2000, que é bem fraco. Eu fazia muito essa confusão. Inclusive comprei o de 2000 achando que era o de 1983.

O Raven tinha uma apresentação bastante energética, tanto que começaram a falar que eles faziam um “athlectic metal”, que é inclusive o nome de uma das faixas do disco. Coisa de quem gosta de inventar. A banda tem como cerne os irmão Gallagher (não confundir com os irmãos Gallagher brigões do Oasis) - John, baixo e voz, e Mark, guitarras .

O som lembra muito o Accept, principalmente as guitarras. Inclusive, na edição de relançamento desse disco há um cover de “Born to Be Wild” com a participação de Udo nos vocais.

Nos álbuns de estúdio é muito perceptível a gravação de uma guitarra base para preencher mais o som. Isso não é problema nenhum, a maioria das bandas seguem esse expediente. Porém, no caso do Raven a segunda guitarra está muito na cara. Nunca ouvi a banda ao vivo, então não sei se essa guitarra fazia falta ou não.

Muito podem dizer que o melhor álbum do grupo é Rock Until You Drop (1981) ou até mesmo Wiped Out (1982), ambos anteriores a All for One, mas foi com esse disco que conheci a banda e é o que mais gosto.

O álbum abre com a porrada “Take Control”, e ao longo do LP há várias músicas que farão aqueles que gostam de metal e não conhecem o Raven se tornar emnovos fãs, como a faixa título, a densa e arrastada “Run Silent Run Deep” (que toda vez me faz lembrar e ficar com vontade de ouvir a “Running Sillent Running Deep” do Iron Maiden) e “Seek & Destroy” (não, não é um cover).



Satan – Court in the Act (1983)

Esse álbum é muito conhecido pelos fãs de heavy metal em geral, não só pelos que gostam da NWOBHM. Simplesmente define o movimento inglês. Se você quiser apresentar o estilo para alguém, esse é um ótimo início. Ouça a faixa de abertura, “Trial By Fire” (como as bandas de metal gostam das palavras “fire”, “steel”, “dark”, não é mesmo?) e comprove.

Porém, a falta de sucesso do Satan se deve pelo momento infeliz da escolha do nome, exatamente como aconteceu com o Demon. Na época de lançamento esse foi um dos discos mais extremos do movimento. Isso, somado ao nome da banda, deve ter assustado muita gente, em especial gravadoras e produtores de shows.

Sempre leio alguma coisa relacionada com uma possível má produção do álbum, mas sinceramente não vejo problema nesse caso. A sonoridade é talvez um pouco datada, mas dá para ouvir tudo certinho, guitarras, baixo, bateria e a bela voz de Brian Ross, que também é famoso por uma outra banda importante do estilo, o Blitzkrieg.

A velocidade é algo que eles prezavam. Bons exemplos são “No Turning Back” e “Break Free”, com seu longo solo de três minutos. Ouvindo o disco conseguimos identificar vários elementos que seriam usados futuramente nas bandas de thrash, power, metal melódico, etc, provando a importância do Satan.



Jaguar – Power Games (1983)

Diferentemente da capa de gosto duvidoso, o disco é muito bom. O Jaguar é um exemplo de banda que após um discaço tentou aliviar um pouco o som, parecido com o que o Def Leppard fez. Porém, nesse caso não deu certo, e o grupo acabou pouco anos depois.

Atualmente a banda está na ativa, já que o sucesso desse álbum com o pessoal que só foi conhecer o Jaguar recentemente fez com que a reunião se tornasse possível, tamanho o interesse que causa ao ouvir o disco. Depois desse retorno eles gravaram alguns álbuns que, sinceramente, não ouvi e não posso opinar.

É difícil citar os destaques, já que as músicas são todas muito regulares, mas a faixa de abertura “Dutch Connection”, “No Lies” e “War Machine”(que só tem no relançamento) talvez sejam os maiores destaques. Escutem o disco e me digam quais são as suas preferidas.

A gravação não é das melhores, mas a qualidade das músicas se sobressai a isso. Para quem ouvir e tiver o interesse em adquirir o álbum, sugiro que não o faça. Como assim?!!? Explico: sugiro que procurem Power Games: The Anthology, CD duplo que possui os dois primeiros álbuns mais os compactos que foram gravados antes do lançamento dos discos, além dos extras das edições avulsas. Vale a pena para quem não vai se interessar em ter tudo do Jaguar.



Tank – Honour & Blood (1984)

Quarto disco da banda, que possui pelo menos outros dois bons trabalhos nessa fase inicial da NWOBHM. Esse álbum me lembra muito o Running Wild. Os riffs bem marcados (que em alguns momentos também lembram Judas Priest) e, principalmente, a voz rouca de Alasdair Mackie "Algy" Ward. O Tank é uma influência para o Running Wild? Nunca li nada sobre isso. Se levarmos em consideração a questão temporal, é possível que a resposta seja sim. Ainda sobre a voz, deve ser essa diferença entre estilos que mais fez os fãs torcerem o nariz para a entrada de Dooggie White, com sua voz mais limpa, nesse último disco lançado em 2010, War Machine.

O disco abre com “The War Drag Ever On” como uma introdução de teclado que certamente foi composta por quem não é tecladista, acompanhada de uma guitarra que mostra logo de cara que os riffs cavalgados que tanto caracterizam a NWOBHM estarão presentes. De um modo geral as melodias de guitarras (gêmeas, como manda o figurino) em todas as músicas são muito legais, e tenho certeza que se fossem feitas por alguma banda mais renomada seriam ovacionadas pelos fãs. O coral do refrão da faixa título é algo que os grupos de power metal estão cansados de fazer atualmente. “W.M.L.A.” é lenta sem ser uma balada, e o refrão de “Too Tired to Wait For Love” é daqueles que demoram a sair da cabeça.



Tokyo Blade – Night of the Blade (1984)

Na minha opinião, o maior destaque desse disco é a excelente voz de Vicki Wright, que tinha acabado de entrar no grupo. Muitos vocalistas das inúmeras bandas de metal melódico que surgiram nos anos noventa certamente escutavam esse pálbum cantando junto enquanto tomavam banho. Toda vez que escuto o disco fico cantando a faixa título durante um bom tempo. Outra que faz eu lembrar do seu refrão por dias é “Lovestruck” (“Love struck, overload, I’m losing my head over you”).

A banda não teve um sucesso maior por ter inúmeras trocas de componentes e por ter gravado discos irregulares a partir de 1985. Por irregulares entendam “com a intenção de atingir o mercado norte-americano” (mais uma que foi na cola do Def Leppard). Antes disso foram três álbuns que podem ser classificados como muito bons a excelentes. Pelo menos esse em questão eu colocaria entre os melhores do estilo.

O ponto fraco é o fato de o disco de ter apenas 34 minutos de duração. Para os que conseguirem encontrar a versão de relançamento, podem usufruir de uma faixa bônus que aumenta a duração do álbum mais um pouquinho. Se você não conhece a banda ou só conhece outros discos deles, procure-o urgentemente.



Cloven Hoof – Cloven Hoof (1984)

Esse é um disco que dificilmente alguém vai falar que é imprescindível na sua coleção, porém, todas as características do estilo estão nele. Vocais e letras épicas, mudanças de tempos e bons riffs de guitarra. Tenho certeza que se você estiver ouvindo esse álbum pela primeira vez não vai ter dúvida que está escutando mais um trabalho da época de ouro da NWOBHM. Então esse é um disco que soa datado? Eu diria que sim.

Uma das coisas que o heavy metal herdou do punk nessa época foi a questão do “faça você mesmo”. Isso explica um pouco a gravação fraca de muitos LPs de bandas iniciantes. Esse é um ótimo exemplo disso. Os efeitos de distorção das guitarras não dão o peso que deveriam, mas se você fizer a ressalva que fiz acima tenho certeza que não vai se importar.

O destaque é a épica “Gates of Gehenna”, que é precedida pela faixa instrumental “March of the Damned”, tem vocais em falsete, corais ao fundo, passagens inspiradas de guitarra e um ótimo solo. Escutem o disco e me digam se faltou ou não um pouco de bom gosto em “Crack the Whip”. Talvez este seja o único ponto negativo do play. Porém, essa falha nem é lembrada devido às músicas seguintes: “Laying Down the Law”, com um refrão feito para ser tocado ao vivo, e a arrastada “Return to the Passover”.

Se é imprescindível ou não decida você mesmo, mas tenho certeza que este disco será um diferencial na sua coleção.

Thursday, November 04, 2010

Árvores Genealógicas: de Yardbirds à Nirvana

Todo colecionador tem suas manias de organização. Eu gosto de guardar os CDs seguindo um padrão de “famílias”. Como é isso? Vou explicar. Os CDs do Ozzy Osbourne e do Heaven and Hell são guardados juntos aos do Black Sabbath. Outro artista que guardo junto é o Dio. Já junto aos discos do Deep Purple eu coloco o Captain Beyond e o Whitesnake por exemplo.

Os motivos disso são meios óbvios afinal Ozzy e Dio foram vocalistas do Black Sabbath e Rod Evans do Captain Beyond e David Coverdale do Whitesnake foram vocalistas do Deep Purple.

Mas porque estou falando isso? Qual o motivo de eu vir aqui, encher espaço do blog e contar isso para os leitores? Bem, finalmente comprei meu primeiro disco do Rainbow (eu sei isso é vergonhoso, mas é verdade) e no início fiquei na dúvida onde guardaria o CD. Junto ao Dio ou junto ao Deep Purple. Resolvi criando mais uma pequena regra. Escolhi que usaria sempre o músico mais importante da banda para isso e, assim, coloquei o disco junto ao Deep Purple devido ao Richie Blackmore.

Todo colecionador quer o maior número possível de discos na sua coleção e comecei a perceber que a partir de um momento seguir essa regra ficará muito difícil já que muitas bandas tiveram diversos integrantes que acabaram entrando em diversas outras bandas que continham outros integrantes mais ou menos famosos e isso pode virar uma bola de neve.

Comecei a fazer associações lembrando aquelas árvores genealógicas de bandas feitas por Pete Frame. A mais conhecida por mim é a que saiu no A Real Live One do Iron Maiden e que também saiu no box Eddie´s Archives. Inclusive descobri que ele lançou alguns livros só com essas árvores genealógicas, mas não sei mais nada de informações sobre os livros, só que eles estão disponíveis no Amazon. Abaixo estão as capas de dois deles. Também encontrei um blog muito legal que pode ser acessado aqui. Inclusive nele você pode encomendar alguma dessas árvores genealógicas para comprar em papel especial e assinado pelo autor. Os preços são salgados, mas sabemos que tem gente para tudo.














Percebi que fazendo associações começando pelo Deep Purple daria para relacionar as outras duas bandas da Santíssima Trindade do hard rock setentista e muitas outras bandas como o Iron Maiden. Como? Simples. Depois de sua saída do Deep Purple, o vocalista montou uma banda que tinha o Janick Gers futuro guitarrista do Iron Maiden. Engraçado que fazendo esse tipo de associação poderíamos citar outras bandas como o Fish e o Marillion e até o Samson.

Do Deep Purple para chegar ao Black Sabbath é muito simples também. Como já citado acima Richie Blackmore montou o Rainbow com o Dio que depois foi vocalista da banda do Tommy Iommi. Outros vocalistas do Black Sabbath foram componentes do Deep Purple: Ian Gillan e Gleen Hughes.

Mas seguindo o próprio Rainbow podemos chegar na banda de Yngwie Malmsteen de duas maneiras, ambas por vocalistas. Joe Lynn Turner foi vocalista da banda do guitarrista sueco e também do Rainbow, mas outro vocalista da banda, Grahan Bonnet, também tocou com o Malmsteen no Alcatraz, que já teve também o Steve Vai que já gravou com David Lee Roth (chegamos no Van Halen), com o Whitesnake e com o Chickenfoot (podemos chegar ao Red Hot Chilli Peppers).

Estou citando apenas os componentes mais importantes dessas bandas, mas se entrarmos mais a fundo esse texto não teria fim. Agora qual é a importância disso tudo? Os fãs de hard rock, heavy metal e outros estilos próximos têm esse tipo de interesse. Isso é um dos motivos que fazem com que esses estilos sejam tão apaixonantes e viciantes. Afinal se você conhece o Deep Purple pode um dia chegar a conhecer, apenas por associação, o Winger. Basta lembrar que o atual guitarrista do Deep Purple, Steve Morse, tocava no Dixie Gregs banda que Rod Morgenteins também foi integrante.

Nas minhas associações lembrei-me ainda de muitas bandas como o Quiet Riot e Def Leppard e percebi o quanto ainda tenho que conhecer (e adquirir) muitos discos. Também percebi que um dia esse meu critério de organização deverá ser modificado.

Agora para explicar a associação feita no título da matéria. Como ir de Yardbirds até o Nirvana? Jimmy Page que foi guitarrista do Yardbirds, montou o Led Zepellin com Robert Plant, John Bonham e Jonh Paul Jones. Esse último recentemente criou o Them Crooked Vultures junto ao Josh Homme, do Queens of the Stone Age e Dave Grohl do Foo Fighters e Nirvana.

Alguém lembra de uma associação maluca? Até mesmo inusitada como a de uma banda clássica como o Yardbirds e Led Zeppelin com bandas como Nirvana e Foo Fighters?

Friday, October 29, 2010

Accept e Porcupine Tree: Reviews exclusivos


Porcupine Tree – Radio City Music Hall, Nova York, 24/09/2010

Todo mundo que gosta de música já ouviu falar no Radio City Music Hall. A casa de shows faz parte do conjunto do Rockfeller Center em Nova York e existe desde 1932. Tive o privilégio, e a sorte, de conseguir ver um show de uma banda que acho muito legal nesse lugar e as impressões do local e da banda foram muito boas.

Comprei o ingresso para o show do Porcupine Tree no também famosíssimo Madison Square Garden apenas duas horas antes do show começar. Nesse mesmo dia tinha show do Alice in Chains no MSG e o hall e as bilheterias estavam lotadas. Foi engraçado eu entrar na bilheteria de ingressos de outros shows enquanto a fila da bilheteria para o show do Alice In Chains estava enorme. Até pensei que o Porcupine Tree não teria público para o seu show, afinal não vi ninguém comprando ingressos para vê-los. Porém ao chegar no Radio City Music Hall percebi que a base de fãs da banda é muito grande lá nos Estados Unidos. Também achei interessante as pessoas chamando umas às outras de “proggers”. O Porcupine Tree faz parte da cena atual do progressivo, mas pelo peso de algumas de suas músicas muitos puristas não os consideram como parte do rock progressivo. Coisa que eu discordo.

Outra coisa que causou estranheza foi assistir ao show sentado. Já vi o Asia e o Dream Theater assim, mas dessa vez eu me senti estranho. Talvez seja por eu estar sozinho no meio de um monte de gente desconhecida tenha causado essa sensação. O RCMH tem cerca de 6000 lugares e aos poucos todos eles foram sendo preenchidos, contrariando minha impressão inicial de que não teria público. Fiquei localizado no primeiro mezanino, então consegui ver que as cadeiras da pista estavam completamente lotadas. Porém isso eu já sabia afinal não tinha conseguido comprar ingresso para sentar nesse local. Mas garanto que mesmo dos mezaninos (ainda tem outros dois níveis) o lugar é muito bom para ver shows.

Eu não sou um profundo conhecedor do Porcupine Tree. Conheço bem dois discos deles, o Absentia e o Fear of the Blanket Planet e conheço um pouco outros dois, o The Sky Moves Sideways e Deadwing. Porém essa é uma banda que já lançou dez discos de estúdio e pela base de fãs que vi no show percebo que tenho que ir atrás do restante dos álbuns. Ouvi comentários muitos empolgados do pessoal que estava na fila para comprar merchandising e acabei me interessando por outros discos que vou procurar brevemente.

A banda entrou exatamente as 20:00 h no horário marcado. Porém para surpresa de todos quando as cortinas subiram mostrou um modesto grupo de equipamentos. Estavam montados apenas um kit de bateria pequeno, um contrabaixo acústico, um piano e uns violões. A banda entrou e disse que faria uma pequena apresentação acústica antes do show. Ou seja, é a primeira vez que vejo uma banda fazer um show de abertura para ela mesma. Ao todo foram cinco músicas nessa primeira parte do show totalizando cerca de 40 minutos. Tocaram duas músicas ao vivo pela primeira vez. Uma do último álbum e outra de um disco mais antigo. Claro que sei disso por que o Steve Wilson anunciou que o faria já que não conhecias essas músicas. A banda saiu e os roadies entraram em ação para montar o palco principal. Montar é modo de dizer, já que estava quase tudo pronto nas laterais do palco e os roadies só tiveram o trabalho de posicionar a bateria (agora bem maior), os teclados e alguns amplificadores. Depois de 10 minutos já estava tudo pronto e a banda volta para fazer seu set normal.

Para quem não conhece o Porcupine Tree é formado por Steve Wilson (guitarra, voz, teclados, etc, etc, etc.), Richard Barbieri (teclados, mellotron e outros), Colin Edwin (baixo) e Gavin Harrison (bateria). Steve Wilson é no Porcupine tree como se fosse o xará Steve Harris no Iron Maiden, ou seja, o dono da banda. Ao vivo eles têm o acompanhamento de outro guitarrista que não sei o nome. Ele até foi apresentado, mas não consegui entender. Procurando na internet consegui encontrar seu nome: John Wesley (guitarras e backing vocals). No entanto ele toca somente em algumas passagens passando a maior parte do tempo escondido atrás dos equipamentos.

A execução das músicas é perfeita. O que o baterista toca não é brincadeira. Apesar de não conhecer todas as músicas do set curti demais principalmente pelo fato de eles utilizarem muito os artifícios visuais para auxiliar a música. Os telões gigantes de alta resolução tinham imagens que remetiam à letras das músicas e quando não havia nenhum ligação foram utilizados efeitos luminosos que me lembraram as coisas que o Pink Floyd fazia no começo da carreira. Ou seja, jogos de luzes e cores criando um ambiente meio psicodélico. Peço desculpas pela falta de fotos. No dia estava sem a máquina e só com o celular.



A banda tocou por cerca de mais uma hora e dez e saiu do palco. Como tinha totalizado duas horas de show, incluindo o set acústico achei que tinha acabado. O que acabou me deixando um pouco decepcionado. Afinal só tinham tocado uma música que conhecia (a saber, The Sky Moves Sideway – Phase One). Todo mundo ficou esperando pelo famoso bis. Eu aproveitei que o bar era perto e corri para pegar mais uma cerveja (a terceira da noite). Quando voltei eles estavam iniciando outra parte do show e, ao contrário do que pensei, não era um bis e sim um novo set com várias músicas dos álbuns que eu conheço e uma sequência de quatro músicas seguidas de seu álbum mais recente. Assim tocaram por mais uma hora e dez minutos.

O que impressionou bastante foi o modo tão certinho como foi o show, afinal suas músicas são cheia de mudanças de andamentos e climas que requer um esforço físico e mental além de muita concentração para isso acontecer. Depois de acabado esse set eles ainda fizeram um bis com mais uma música longa acabando o show as onze e vinte da noite. Ou seja, foram três horas e vinte minutos de show, descontando 10 minutos em cada parada foram três horas de música. Isso é muito difícil de ver hoje em dia.

Saí de lá satisfeito. Até por ter presenciado um show que mostra que o rock progressivo pode não ter a mesma qualidade hoje em dia do que na década de setenta, mas vemos que algumas bandas levantam a bandeira de forma eficiente, moderna, agradável e, principalmente, com um bom público seguidor.



Accept – B.B. King Blues Club & Grill, Nova York, 29/09/2010

Segunda feira…Normalmente esse é um dia triste. Início de semana. Compromissos. Preocupações. Porém esse é um dia legal para se acordar quando estamos de férias e temos a expectativa de ver ao vivo uma das bandas clássicas do heavy metal mundial.

O local do show foi o B.B. King Blues Culb & Grill. O local é um bar que também serve como restaurante. È uma espécie de Hard Rock Café com bem menos merchandising e com mais ênfase à shows. O palco é pequeno com dimensões próximas ao do Manifesto Bar. Aqui cabe um comentário em relação aos dois shows que fui ver. O do Porcupine Tree com quase 6000 pessoas e o do Accept com cerca de 600. Certamente os leitores do site consideram o Accept uma banda maior do que o Porcupine Tree. Também é certo que no Brasil o show dos alemães teria muito mais público que os dos americanos, mas é interessante saber como anda a popularidade e reconhecimento de algumas bandas fora do Brasil.

Antes do Accept teríamos o trio King’s X. Muita gente foi para vê-los. O número de camisetas da banda era quase o mesmo que o número de camisetas do Accept. Não conhecia nada da banda, só mesmo as capas dos discos nas revistas, e alguma coisa me interessou. Claro que é difícil julgar uma banda na primeira vez que escutamos, ainda mais ao vivo, mas tenho que ir atrás de alguma coisa para me familiarizar melhor com o som deles.



Bem, o som da banda me lembrou bandas como o Audioslave com mais groove. Apesar de vários sites classificarem eles como heavy metal, e em outros lugares como hard rock e até rock progressivo, achei o som bem distante do metal tradicional. Eles têm peso, tem riffs, mas mesmo assim não achei heavy. Gostei dos vocais da banda. O baixista e vocalista Doug Pinnick tem uma voz legal que em alguns momentos me lembrou o Glenn Hughes ns partes mais agudas, mas não sei se isso tem a ver mais com o som funkeado de algumas músicas. Na hora eu lembrei dele. Também gostei do trabalho de backing vocals com o guitarrista e o baterista cantando juntos diversas partes das músicas.

Duas músicas me chamaram a atenção, Pretend e Go Tell Somebody. Essa última é como se fosse um cartão de visitas da banda. O refrãos diz: “if you like what you hear then, go tell somebody”. Ao vivo com o público cantando ficou bem legal.

Depois do show do Kings X teríamos o Accept. A banda mais esperada da noite. Claro que a maior dúvida recaia em como ficariam os clássicos com a voz do novo vocalista (novo na banda, por que o cara já ta bem tiozinho....rs). Mas bastou eles entrarem no palco para percebemos que seria um ótimo show e que Mark Tornillo daria conta do recado.



O set list do show foi baseado em apenas quatro álbuns da banda: Breaker com três músicas, Restless and Wild com cinco, Metal Heart com quatro e o álbum novo, Blood of the Nations com outras quatro. Fora esses albuns tivemos apenas Balls to the Wall do álbum homônimo e Bulletproof do Objection Overruled.

Porém foram nos clássicos Balls to the Wall, Son of a Bitch e, principalmente, Restless and Wild que o público foi ao delírio. Mas a curtição do público é relativa. Os caras não agitam, não fazer “air guitar”, não pulam e apenas cantam os refrões. Coube a alguns brasileiros que estavam lá fazer tudo isso (risos). Era até engraçado ver os caras nos olhando com uma certa inveja. Afinal muitos vieram perguntar de onde a gente era e depois do show ficaram conversando com a gente.



Quando estava me vestindo para ir ao show optei por vestir uma camisa da seleção brasileira pensando que desse modo alguém viria conversar comigo, afinal ir sozinho à um show é muitas vezes chato para cacete. Não deu outra. Logo no começo já encontrei alguns brasileiros (inclusive um corinthiano com camisa e tudo) e não sei se pelo fato de eu ser o único de amarelo ali ou porque a gente tava agitando bastante acabei ganhando uma palheta no final do show do Hermann Frank das mãos dele.



A banda emendava musica atrás de música com pouca pausa entre cada uma delas. Os guitarristas Wolf Hoffmann e Hermann Frank e o baixista Peter Baltes não se movimentavam muito. Talvez pelo tamanho limitador do palco, mas dava para ver que os caras estão fazendo tudo com prazer. E novamente tenho que falar do Mark Tornillo. O cara parece que está na banda à décadas. Totalmente à vontade, brincando com os outros componentes e o que importa, cantando todas as músicas de um jeito que, pelo menos para aquelas pessoas que conversamos, não deu saudades do Udo Dirkschneider.



Resumindo, foi um showzaço. Por ser um lugar pequeno a proximidade do público com a banda deu uma melhor impressão da mesma. Certamente vai fazer com que eu retorne a escutar todos os discos da banda, a começar pelo último.



No final, queria comprar uma camiseta da banda, mas os modelos legais já estavam esgotados. Tentei argumentar com um cara que tinha cara de chefe e descobri que ele é como se fosse o gerente de turnê. Conversando com o cara ele me garantiu que o Accept vem para o Brasil por volta de março e abril e vai tocar em Curitiba e São Paulo. Resta saber se dá para confiar...

Thursday, October 28, 2010

1980, o ano da New Wave of British Heavy Metal


Há trinta anos atrás, nascia na Inglaterra uma cena musical que influenciaria todos os outros movimentos relativos à música pesada que foram surgindo em outros locais do mundo com o passar dos anos.

Depois do advento do punk, que baixou a bola dos grandes nomes do progressivo e das bandas de hard rock setentistas, alguns garotos ingleses que não estavam satisfeitos com a simplicidade do punk e ainda se interessavam bastante por grupos similares aos da santíssima trindade Led Zeppelin/Black Sabbath/Deep Purple começaram a formar suas próprias bandas em vários cantos do Reino Unido.

Se alguma coisa boa o punk deixou foi a atitude despojada e rebelde, tanto musical quanto comportamentalmente, que acabou sendo misturada ao estilo do hard/heavy dos anos 70.

A minha intenção nesse post não é escrever um tratado sobre a New Wave of British Heavy Metal, mas sim levantar um debate entre os leitores para podermos nos aprofundar no estilo. Listei dez discos interessantes que fazem parte do movimento, sendo que todos eles foram lançados exatamente no ano de 1980. Ou seja, essa não é uma seleção dos melhores discos da NWOBHM, mas sim uma lista que expõe como o estilo iniciou e foi se desenvolvendo.

A influência da NWOBHM pode ser medida por alguns aspectos, como o fato de ser possível identificar entre as diversas músicas que recheiam esses álbuns muitas das fórmulas que seriam utilizadas ao longo da década de oitenta na construção de vários outros gêneros do heavy metal, como o thrash da Bay Area e até mesmo o hard rock californiano.


Angel Witch – Angel Witch

Esse é um dos trabalhos mais notáveis da NWOBHM. Após o seu lançamento, a banda infelizmente iniciou um processo de desmanche. O baterista Dave Hogg foi sacado, e o baixista Kevin Riddles saiu para se juntar ao Tytan. Quando um trio perde dois componentes fica muito difícil se segurar, e assim, após uma tentativa de manter o grupo com outros músicos, Kevin Heybourne, o principal compositor, desistiu.

O disco todo é bem nivelado, porém algumas músicas se destacam, como é o caso de "Angel Witch", "Sweet Danger" e "White Witch". O instrumental é muito bem feito, com passagens bem características do estilo que estava se modelando. Alguns refrões são marcantes e a voz de Heybourne se encaixa perfeitamente.

Um fato interessante, e que poderia até mesmo ter mudado a história do heavy metal, é que durante uma turnê com bandas novas o Angel Witch simplesmente abandonou a excursão e a gravadora EMI, deixando o Iron Maiden como o nome principal da gravadora. Quem sabe se eles tivessem continuado as coisas não seriam diferentes?


Def Leppard – On Through the Night

Nunca é demais lembrar que o Def Leppard não é só aquela banda que gravou um monte de baladas no meio dos anos oitenta. Por esse motivo, muita gente nem sabe que o grupo é britânico, já que tem seu nome sempre relacionado ao mercado radiofônico norte-americano. No início de sua carreira o Def Leppard fazia turnês com Iron Maiden, Samson e Tygers of Pan Tang. Daí eles resolveram mudar seu som para algo mais acessível, para se encaixar ao gosto do público americano. Foram muito bem sucedidos e gravaram ótimos álbuns, mas o heavy metal do início foi deixado de lado - apesar de que a música "Hello America" é meio que um presságio para o que viria acontecer mais tarde.

É desse disco a faixa "Rock Brigade", cujo título serviria para batizar a lendária revista brasileira, que certamente foi companheira de muitos dos leitores da Collector´s Room. Para os que ainda torcem o nariz para o Def Leppard por só conhecerem "Love Bites", recomendo darem uma chance para esse disco e ao seu sucessor, o também muito bom High´n´Dry, lançado em 1981.


Diamond Head – Lightning to the Nations

O Diamond Head é talvez mais conhecido como influência para o Metallica do que pela sua própria música em si. Posso falar isso por minha própria experiência com a banda. Sempre soube da sua existência quando lia a história do Metallica, mas nunca tinha tido oportunidade de ouvir o grupo. Foi apenas depois de muito tempo e com o surgimento do MP3 que consegui enfim escutar as músicas da banda tocadas pela própria, já que conhecia os covers feitos pelo Metallica. Aliás, esse disco tem sete faixas, e quatro delas foram regravadas pela gangue de James Hetfield - e são justamente os destaques do play.

Conhecer o Diamond Head é obrigação para quem quer se aprofundar na NWOBHM, porém o motivo do grupo não ter se consolidado foi talvez a mudança de direção musical ocorrida no terceiro disco – Canterbury, de 1983 -, que distanciou os fãs. Isso, somada à enorme concorrência das bandas do estilo naquela época, acabaram colocando o grupo em segundo plano.


Iron Maiden – Iron Maiden

Falar sobre esse álbum é chover no molhado. Todo cara que gosta de heavy metal já ouviu e conhece esse disco. Steve Harris sempre diz que a gravação poderia ter sido melhor - fico imaginando o que aconteceria se isso acontecesse. A estreia do Iron Maiden já é um clássico, imagine então melhorada.

Se alguém pegar todos os discos dessa lista e ouvi-los em sequência certamente irá perceber que os riffs, o modo de tocar e de cantar são semelhantes, mostrando que, por mais que a banda tenha tido muito mais sucesso e reconhecimento que as outras, a raiz de todos os grupos foi a mesma. Difícil citar destaques nos discos do Iron Maiden, mas “Phantom of the Opera” e “Prowler” são demais.

Judas Priest – British Steel

Fiquei em dúvida se colocava esse disco nessa minha lista. Afinal, o Judas Priest nessa época não tinha nada de “new”, diferentemente de todas as outras bandas que cito nessa matéria. Ou seja, o Judas Priest não fazia parte da NWOBHM, porém talvez foi o grupo que mais se fortaleceu após o surgimento da cena, já que aproveitou a partida do trem e acabou sendo a locomotiva do estilo num primeiro momento.

O Judas foi a primeira banda a se intitular como heavy metal. O próprio Black Sabbath rejeitou o rótulo durante muito tempo. O grupo de Rob Halford já havia lançado alguns ótimos álbuns – sendo os principaisSad Wings of Destiny e Sin After Sin -, quando em 1980 soltou British Steel, um disco tão bom que quem conhece apenas as melhores músicas dos caras vai achar que está ouvindo uma coletânea. Esse álbum definiu o tipo de som que seria tocado durante a década de oitenta.

É difícil destacar alguma música no meio de tantos clássicos, mas não posso deixar de citar "Breaking the Law", que poderia até ter sido o título do LP tamanha a identificação da faixa com o disco. Também tem "Metal Gods", que se tornou a alcunha da banda – e principalmente de Rob Halford -, e "Living After Midnight" , que de tão boa acaba com qualquer possível discussão sobre se é pop ou não.


The Michael Schenker Group – The Michael Schenker Group

Apesar de ser alemão e de ter participado do início do Scorpions, o guitarrista Michael Schenker tem uma forte ligação com a Inglaterra por ter sido parte do período mais fértil da excelente banda UFO. Aliás, esse grupo, junto com o Thin Lizzy e alguns outros, foi muito importante para a construção musical da NWOBHM.

Depois de sua saída do UFO e de um rápido retorno ao Scorpions, ele formou o Michael Schenker Group com o vocalista Gary Barden - que nos anos noventa participaria também de outra banda importante do movimento, o Praying Mantis.

O álbum é catalogado em muitos lugares como hard rock, porém ele se encaixa perfeitamente com a sonoridade das bandas da NWOBHM, que ainda tinham muita influência do hard rock da década de 70. Participam do disco Don Airey, que já tocou com o Black Sabbath e muitas outros grupos e hoje é tecladista do Deep Purple, e Roger Glover, que fez a produção. Em alguns momentos do LP eu me lembro do Alcatrazz (principalmente em "Looking Out From Nowhere"). Por coincidência, o vocalista Graham Bonnet, ex-Alcatrazz, entraria na banda de Schenker alguns anos depois.

Os destaques são "Armed and Ready", "Victim of Illusion" e "Lost Horizons", esta última com uma fórmula que seria utilizada à exaustão futuramente por todas as bandas do metal melódico.


Samson – Head On

No início do grupo o guitarrista Paul Samson também era o vocalista. Lançou um disco com essa formação, o apenas interessante Survivors. Porém, com a entrada de um novo vocalista, tudo mudou. O salto de qualidade foi enorme. Desse modo, resolveram até regravar algumas faixas do primeiro LP com a voz de Bruce Bruce, um bigodudo que mais parecia um integrante de alguma banda de hard rock lá do início da década de 70. Depois de passar a assinar como Bruce Dickinson e gravar um segundo álbum com o Samson, Bruce Bruce aceitou o convite para entrar no Iron Maiden. O resto todo mundo conhece.

Apesar da qualidade musical inquestionável, é interessante saber que eles estavam sempre quebrados financeiramente - e é muito provável que essa tenha sido a razão para que Bruce tenha aceitado sair da banda. Afinal, naquela época ninguém sabia que o Iron Maiden se transformaria no principal nome do heavy metal. Comparando a carreira das bandas, o Samson já tinha três discos e o Maiden apenas dois, mas o que pesou na balança certamente foi a visão de Steve Harris.

"Hard Times", "Vice Versa" e "Walking Out On You", essa última bem hard setentista, são os destaques. Ao ouvir o disco pela primeira vez alguns vão reconhecer a faixa “Thunderburst”. Sim, é a mesma “The Ides of March”, introdução do álbum Killers, do Iron Maiden. A música foi composta em parceria por Steve Harris e Thunderstick, baterista do Samson na época e que chegou a integrar o Maiden.


Saxon – Wheels of Steel

Tenho que admitir que o meu interesse pelo Saxon é tardio. Até cerca de um ano atrás eu só conhecia uma coletânea de clássicos que adquiri após ter assistido ao grupo em um dos Monsters of Rock que aconteceram na década de 90. Comecei a adquirir os álbuns a pouco tempo, e posso dizer que percebo o quanto isso foi uma falha.

Esse é o segundo disco da banda, que acabou lançando outro no mesmo ano, Strong Arm of the Law. A banda, juntamente com o Iron Maiden e o Judas Priest, se tornou a maior expoente do heavy metal britânico. Dentre os nomes do estilo, talvez o Saxon seja a que tinha o som mais definido. Ou seja, o estilo desse álbum seria o mesmo que muitos outros subsequentes, exceto alguns como Destiny, que é totalmente hard rock.

Os destaques são "747 (Strangers in the Night)", "Stand Up and Be Counted" e a hard "Suzie Hold On".


Tygers of Pan Tang – Wild Cat

Essa banda é sempre lembrada quando se fala em NWOBHM. Gravou diversos discos cultuados pelos entusiastas do estilo, mas o primeiro é o que realmente marcou. A primeira música, "Euthanasia", tem riffs marcantes e uma levada hard/heavy. O grupo foi responsável pelo surgimento de um guitarrista chamado John Sykes, que não tocou nesse álbum, mas depois integrou ícones como o Thin Lizzy e o Whitesnake.

Wild Cat é um disco que contém todas as características que podem ser usadas para descrever a NWOBHM. Quem quer conhecer o heavy metal oitentista tem que conhecer esse álbum. Como destaques, além da já citada “Euthanasia”, temos "Don’t Touch Me There" e "Money".


White Spirit – White Spirit

Para aqueles que acham que esse LP aparece nessa lista apenas por esta ser uma banda que contava com Janick Gers na guitarra, está enganado e precisa urgentemente ouvi-lo. Como outros grupos da época, o White Spirit tinha uma sonoridade ainda não muito definida, com muitas músicas com um jeitão de hard rock, mas, como disse anteriormente, essa é uma característica dos discos lançados na época.

O grupo costumava abrir shows da banda solo de Ian Gillan, que se impressionou com Janick Gers e o convidou para se juntar a sua Ian Gillan Band. Ao se deparar com essa proposta irrecusável, Gers deixou o White Spirit, fato que acabou servindo para encerrar a banda.

Destaque principal para "Fool For the Gods" e "Way of the Kings". Também merece menção a faixa de abertura, que tem um riff muito parecido com outra música de uma banda posterior do guitarrista.


Thursday, August 05, 2010

WAR ROOM: Versões originais dos covers gravados pelo Iron Maiden

Publicamos no blog Collector´s Room um WAR ROOM analisando as versões originais dos covers gravados pelo Iron MAiden ao longo de toda sua carreira. Por se tratar de muitas músicas dividimos em duas partes:

Para ler as mátérias clique na parte que você quer ler:

Parte 1

Parte 2

Não deixaem de comentar.

Thursday, July 29, 2010

Beatallica: a união divertida de dois gigantes

(Texto também publicado na Collector´s Room e no Metal RO)

Quantas vezes você leu em uma resenha de um novo grupo alguém dizer que este era uma mistura de duas ou três bandas? Lembro-me de ter lido algo do tipo quando alguém descreveu-me o som do Dream Theater, no início da década de 90, como uma mistura de Yes, Metallica e Rush (NA: nos comentários deixe outros exemplos). Bem, o Beatallica é o maior exemplo dessa mistura de bandas.

Pegue a maior banda inglesa de todos os tempos e junte com a maior banda de metal dos Estados Unidos. The Beatles e Metallica. Pronto, você tem o Beatallica. A banda lançou em 2001 seu primeiro registro, um EP chamado A Garage Days Nite. Que combina, como vocês mesmo já deduziram, o EP, Garage Days Revisited, do Metallica e o disco A Hard Days Night da banda britânica.

Possivelmente o início da banda foi um tipo de brincadeira feita para uma apresentação em um evento anual de Milwaukee. Dessa apresentação foi gravado o EP citado acima com apenas algumas cópias sendo lançadas e entregue para amigos e conhecidos. Uma dessas cópias parou na mão de alguém que criou um site disponibilizando em MP3 as sete músicas do EP. O interessante é que nem mesmo a banda sabia desse site e também não sabia que a banda já tinha até um número considerável de fãs.

Primeiro CD: Sgt Hetfields´s Motorbreath Pub Band (2007)

Músicas como “Sgt Hetfield’s Motorbreath Pub Band” e “And Justice for All My Loving” são ótimos exemplo do que a banda fazia musicalmente, que era basicamente tocar as músicas dos Beatles como se fosse a banda liderada por James Hetfield. Os efeitos e timbres dos instrumentos, e principalmente a voz de Jaymz Lennfield (John Lennon + James Hetfield), são muito parecidas com os do Metallica. Era tão parecida que, como ninguém sabia quem era a banda no início, começaram a achar que era o próprio Metallica que estava fazendo aquelas músicas.

Algum tempo depois da descoberta do site e da base de fãs a banda lançou um novo EP e começou a fazer alguns shows. O que acontece quando você mistura tintas branca e preta? A mistura se torna cinza, Então o que aconteceria se você juntasse o álbum The Beatles (Álbum Branco) com o álbum Metallica (Black Álbum)? Você teria o Beatallica, que começou automaticamente a ser chamado de The Gray Álbum, ou O Album Cinza. Com música como "Blackend the USSR" e "Leper Madonna".

Porém o sucesso trás notoriedade e isso também trás aborrecimentos. Para não ter problemas com questões legais as músicas até então eram distribuídas de graça por meio de download e o nome dos membros eram mantidos em sigilo. Mas a venda de merchandising do site começou a atrair denuncias de quebra de direitos autorais. A saída foi fazer um pedido para legalizar a banda. Inclusive quem os ajudou foi Lars Ulrich que ofereceu apoio jurídico. O resultado disso foi que em 2007 foi lançado o CD Sgt Hetfield’s Motorbreath Pub Band que continha as músicas dos dois primeiros EPs. Assim a banda continuou lançando singles, maxi-singles até o seu segundo CD chamado Masterful Mistery Tour em 2009.

Segundo CD: Materful Mystery Tour (2009)

Além de Jaymz Lennfield a banda também tinha Grg Hammetson, Kliff McBurtney e Ringo Larz. Depois da legalização da banda soube-se os nomes reais dos músico que são, na ordem, Michael "Tinker" Tierney, Jeff Hamilton, Paul Terrien e Ryan Charles. Porém se você for atrás dos discos pode encontrar outro nome, Joey Nicol, descrito como músico convidado que é nada mais nada menos que Mike Portnoy, o monstro baterista do Dream Theater.

Beatallica encontra Metallica em 2009

Claro que temos que encarar a banda como algo inusitado, engraçado e divertido. Nem mesmo os músicos se levam a sério. O que mais torna essa banda legal é a sua criatividade. Alguém pode dizer que a banda não criou nada então não pode ser chamada de criativa, mas só de ter essa sacada e fazer disso algo agradável já lhes confere muitos créditos. Outro ponto que tenho que citar é que podemos ver como o rock and roll, mesmo com seus inúmeros estilos que podem soar tão diferentes para as pessoas, na verdade tem uma só raiz. A diferença entre os estilos é somente o modo de tocar, o peso e a utilização de todos os elementos. O Beatallica não vai ser sua banda preferida, mas é um ótimo tipo de música para entreter seus amigos em churrascos quando sempre existe brigas sobre o que vai rolar no som.

Thursday, July 08, 2010

Heavy Metal - A História Completa


(Texto também publicado na Collector's Room e no Metal/RO)

Até uns anos atrás era difícil encontrar aqui no Brasil lançamentos de livros sobre música. As biografias de estilos, bandas e músicos eram conhecidas pelos fãs por meio das revistas especializadas e também pela internet. Porém isso mudou de um tempo para cá como mostra a própria Collector´s Room que tem feito regularmente resenhas de livros.

Descobri esse livro por uma matéria da Whiplash e fiquei muito empolgado já que o Heavy Metal é meu estilo de coração. Foi com ele que comecei minha história de fã de música lá no final da década de 80 e, se considerarmos que o metal surgiu com o Black Sabbath em 1970, assim vivi metade da história do metal. Claro que depois disso comecei a escutar outros estilos ligados ao rock, mas o metal foi o início de tudo.

Logo nas primeiras páginas existe uma linha do tempo citando fatos importantes para o estilo servindo como se fosse uma linha de raciocínio que ajudou o autor a montar a estrutura do livro.

O livro começa, como se é de esperar, contando o início do estilo. Porém uma das coisas que notei é que o autor não fica enrolando contando histórias de todos os músicos de blues das áreas rurais americanas como acontece em inúmeras outras publicações. O autor é muito mais direto e inicia sua narração no dia 13 de fevereiro de 1970, uma sexta feira, dia do lançamento de um dos debuts mais clássicos de toda a história da música, o álbum auto-intitulado do Black Sabbath.

O que mais me chamou a atenção foi que exceto aos capítulos sobre a famosa NWOBHM e sobre o tão falado Black Metal norueguês é que o livro tem como foco principalmente a música americana. O autor, Ian Christe, é um jornalista americano que escreve para a Kerrang, Wired e Spin o que explica essa predominância do metal americano.

Claro que as bandas inglesas são citadas ao longo do texto, mas sempre como uma referência distante. Como se a época das trocas de fitas cassete, sempre citada no livro, ainda fosse atual. E claro que nessa época o que estava mais próximo, no caso as bandas americanas nos Estados Unidos, era o que mais se conhecia.

Outro ponto que é preciso citar é a compreensão dos americanos em relação ao Metallica. Entre os fãs de metal sempre há a necessidade de se ter uma opinião de quem é a maior banda do estilo e muitas vezes acabamos tendo o Metallica e o Iron Maiden como dois polos. Mas no livro é clara a consideração do Metallica como a mais importante banda do estilo. Isso fica tão claro que o Mercyful Fate é possivelmente citado mais vezes que o próprio Iron Maiden apenas por ser uma histórica banda que influenciou um garoto dinamarquês que se mudou para os Estados Unidos para jogar tênis e resolveu montar uma banda.

Ao longo do livro o autor conta o nascimento dos vários sub-estilos do heavy metal e apresenta uma lista de seus discos relevantes. É claro que essas listas são pessoais e servem apenas como um direcionamento não é feito de acordo com uma análise objetiva.

Muito interessante é o modo que ele discorre sobre a década de 90 que foi, para muitos, a década da “morte do metal”. Percebemos claramente que o sucesso que o estilo obteve na década de 80 teve que ser engolido pela mídia. Ou seja, a mídia apenas cobria o estilo por não ter outra opção e no primeiro deslize do estilo essa mesma mídia decretou sua morte. E por deslize entendam pelo enfraquecimento momentâneo que algumas bandas top estavam passando na época como são os casos do Iron Maiden e Metallica só para citar as bandas que já foram comentadas aqui. Também cita o caso da MTV que tinha o metal como um de suas bandeiras no início do canal e o abandonou de vez depois dos anos 90.

Porém, como sabemos, essa “morte do metal” na verdade nunca existiu e o próprio livro dá um dado que pode até ser polêmico, mas achei muito interessante:

“Segundo a RIAA, a organização responsável pelas premiações de discos de ouro e platina desde 2000, o Metallica havia vendido tantos discos nos Estados Unidos em 15 anos quanto os Rolling Stones jun taram todas suas lendária quatro décadas.”

Dentro desses 15 anos citados não estão computados os anos da década de 80. Ou seja, basicamente essas vendas foram da década de 90 e também dessa primeira década do século XXI.

O livro é muito interessante para quem se interessa pela história da música. Muitos que forem ler ou estiverem lendo esse livro podem não concordar com muita das coisas que se fala nele, porém como todo e qualquer livro temos que analisar, além da história que está sendo contada, mas o ponto de vista de quem está contando a história também.

Thursday, May 06, 2010

Acabou !!!

Achei que ficaria mais puto com uma possível, e agora real, desclassificação. Claro que não fiquei feliz, mas não foi como outros anos. O que me causou estranheza foi o time que terminou a competição. Na verdade acho um sinal. Da novas contratações apenas Roberto Carlos fez juz ao investimento. Mas o time terminou o jogo com Felipe, Jucilei, Chicão, William, Roberto Carlos, Ralf, Paulinho, Danilo, Dentinho, Iarley e Ronaldo. Muito diferente do time imaginado no início do ano. O goleiro, os dois zagueiros, Ralf, Dentinho  e o já citado Roberto Carlos fizeram o jogo deles. Não tem o que reclamar.
Fiquei indignado em ver o Jucilei substituindo o Elias, a entrada do Paulinho, que pode até ser um bom jogador, foi errada já que ele estreou no time num jogo eliminatório da Libertadores. Ou seja, foi jogado na foqueira. O Danilo estava com caimbras com 30 minutos do segundo tempo. Se era para colocar a anta do Jucilei, quem deveria ter saido era o Danilo, não o Elias. O Iarley não justificou a contratação e nem a reclamação de ficar no banco. Para falar a verdade até agora eu só vi ele fazendo a jogada do gol da vitória contra o São Paulo. Que foi gol contra e não dele.
E tem o Ronaldo...O que falar dele? O sentimento é de que ele deve encerrar a carreira. Talvez naquele jogo contra o Real Madri. Isso é se ele estiver conseguindo correr até lá. Durante a Copa, com as pequenas férias que os times terão já prevejo que ele vai chegar aos 130 Kg.
A muito tempo o time não tem um técnico a tanto tempo no cargo. Em 2008 na campanha da Série B e ano passado no primeiro semestre eu via o Mano como uma pessoa que sabia o que estava fazendo. Eu confiava em tudo o que ele estava fazendo e falando. Essa confiança foi abalada no campeonato brasileiro do ano passado com a pífia campanha do time. Mesmo assim eu ainda achava que ele sabia o que estava fazendo. Porém no início do ano com a confusão que foi para acertar o time e o rodízio que só serviu para não dar padrão e ritmo de jogo ao time, isso acabou desgastando a sua imagem. Afinal durante o segundo semestre e esse início de ano só vi o Mano dar explicações. Acho que ele deve continuar, afinal também não há nenhum técnico de ponta disponível, porém o pensamento tem que ser diferente. Chega de retranca...chega de pragmatismo...     

Thursday, April 15, 2010

Minha Coleção - Fábio Salgado, uma extensa coleção de metal extremo

Fui "promovido" a editor do, ao meu ver, melhor blog musical do Brasil. Gostaria novamente de agradecer o Cadão pela confiança.
Deem uma olhada na entrevista que fiz para o blog da Collector´s Room com um colecionador de metal extremos e outras vertentes do rock. Clique aqui e comente.

Valeu

Friday, March 05, 2010

WAR ROOM #3

Assunto: Guns N´ Roses - Appetite for Destruction (1987)

Mais uma edição da coluna WAR ROOM. A discussão está sendo acalorada...rs
Acessem aqui e comentem.

Tuesday, March 02, 2010

WAR ROOM #2

Assunto: Amorphis - Elegy (1996)

Mais uma edição da coluna WAR ROOM. Dessa vez a indicação foi minha e podemos dizer que estava sozinho na discussão...rs
Acessem aqui e comentem.

Tuesday, February 23, 2010

WAR ROOM #1

Essa é uma coluna feita por mim e pelo Daniel ACES HIGH para o blog Collector´s Room. A coluna nasceu das inúmeras indicações de discos e bandas que ambos fazemos um ao outro. A idéia é a seguinte: a cada edição um de nós escolhe um album e convida mais um participante da comunidade. Assim combinamos de ouvir o disco ao mesmo tempo e fazemos comentários sobre as músicas enquanto o disco vai rolando...tudo via MSN, afinal eu moro em Rondônia e o Daniel mora em São Paulo.

A primeira edição da coluna teve o resultado apresentado lá no blog da Collector´s Room. Acesse aqui e comente.

Mea Culpa Tardia

Saiu a lista dos jogadores do Corinthians para a Libertadores. Pelo menos para os que vão disputar a primeira fase. A expectativa gerada pela divulgação dessa lista teve repercussão pela imprensa digna da divulgação dos convocados para a seleção. Todo dia se perguntava qual era a tal lista. 

Porém tivemos duas surpresas: as ausências de Escudero e Balbuena. O estranho é que deixar esses jogadores fora da lista é admitir que eles foram contratações equivocadas. O pior é lembrar de todas as vezes que o Mano defendeu esses jogadores. 

Mas é muito melhor admitir os erros mesmo que tardiamente do que insistir e se dar mal. Só que uma pergunta vai pairar o técnico e a diretoria durante todas essa primeira fase: vai haver contratações para a segunda fase?

Monday, February 01, 2010

Metallica - 30/Janeiro - Morumbi

Depois de onze anos de sua última passagem por São Paulo tivemos novamente a oportunidade de assitir um grande show em São Paulo. Esqueçamos o desapontamento que todos tivemos no famoso show que não aconteceu no começo da década. A banda naquela época passava por problema que conhecemos no DVD Some Kind of Monster. Talvez até tenha sido bom que aquele show ter sido cancelado, afinal a banda não estava bem e isso certamente se refleteria em um show ruim e poderíamos ficar com mais má impressão da banda do que ficamos depois do lançamento do album St. Anger.


Chegamos no começo da tarde nos arredores do Morumbi e fiquei preocupado porque achei que tínhamos chegado tarde. A fila de todos os setores estava enorme e já estava me acostumando com o fato de que teria que ver o show de um local mais longe do que costumo ficar. Porém na entrada e devido o tamanho do palco percebi que não seria tão complicado assim ficar em bons lugares e fiquei mais tranquilo. Entramos no estádio por volta das 16:30 h e sabíamos que o show do Sepultura começaria apenas as 20:30 h, ou seja teria tempo e tranqulidade para tomar cerveja e fazer as consequentes visitas frequentes ao banheiro.

Quando a noite começou a cair em São Paulo percebemos que o show iria começar. Com a movimentação do público rapidamente conseguimos chegar bem próximos lá do pessoal da frente. O Sepultura começou seu show com uma musica do novo disco que se não era conhecida por todo mundo mesmo assim conseguiu animar o público. Depois tivemos um set list bem escolhido com bastante clássicos da banda como Troops of Doom, Arise, Inner Self e Roots Bloody Roots. Fazia alguma tempo que não me interessava pela banda já que achei os discos mais recentes bem irregulares, mas talvez eu tenha que apenas dar uma nova chance à eles. É evidente que a banda nunca conseguiu ser a mesma depois da entrada do Derick, porém a simpatia do cara faz você esquecer a decréscimo na qualidade musical que a banda teve após sua entrada. Fiquei impressionado com o peso da guitarra do Andreas Kisser, por se tratar de apenas uma guitarra. Porém fui lembrado que o Paulo Jr. toca seu baixo com distorção e isso ajuda a dar peso. Mesmo assim surpreende já que eles não estavam usando a mesma capacidade dos equipamentos utilizados pela banda principal. Resumindo, um ótimo show de abertura feita por uma banda competente. Cantei tanto que achei que não teria voz para cantar no show do Metallica.

Depois da banda de abertura os roadies começaram a fazer os ajustes para a banda principal. Achei que esses ajustes levaram muito tempo. Talvez tenha sido a ansiedade que fez com que o tempo demorasse para passar. O empurra-empurra estava fora do normal. Já fui a muitos shows e sempre tentei ficar lá no gargarejo, mas dessa vez estava realmente apertado. Eu já estava com a roupa ensopada e sabia que teria ainda uma três horas de show.

Então as luzes se apagam, um vídeo de introdução começa a rolar nos telões, o aperto ficou maior, quando a banda surge tocando Creeping Death. O público entrava em êxtase não sabia o que fazer, se cantava, se balançava os braços, se pulava ou se simplesmente tentava se manter em pé. Dessa vez não consegui encostar na grade, mas fiquei colado ao primeiro da fila. Foi o máximo que consegui e hoej estou com o corpo tão dolorido que parece que tomei uma surra.

O set list do show foi um pouco diferente do set list de Porto Alegre. E para uma banda com a quantidade de clássicos como e Metallica sempre vai ter alguma música que sentimos falta. No meu caso achei que faltou Battery e Whiplash. Ao todos foram três músicas do Kill ´Em All, três do Ride the Lightning, uma do Master os Puppets, três do ...And Justice for All, três do Metallica e quatro do Death Magnetic, além de um cover do Queen.

O que me chamou a atenção para o set list foi que apenas uma música do Master of Puppets foi tocada . Isso é um pouco estranho já que a grande maioria dos fãs da banda têm esse disco como o melhor da banda. Eu sempre achei o Ride the Lightning o melhor. Como não senti o público pedindo músicas tão diferentes das que foram tocadas penso que os fãs, mesmo que inconcientemente, já mudaram de opinião. Também é de se notar que nenhuma música dos discos contestados tenha sido tocada. Temos que analisar se isso é porque nenhuma daquelas músicas tem a mesma importância das músicas dos outros discos ou se isso foi simplemente pensado no sentido de agradar o público com músicas mais conhecidas.

Do mesmo modo que o som do Sepultura me impressionou o som do Metallica foi algo surpreendente, além de eles estarem usando o som completo. Peso e definição em todos os instrumentos. Apenas em uma música achei que a guitarra do James encobriu o solo do Kirk, mas na mesma música isso foi corrigido. Isso acontece devido a intensa troca de guitarras. É normal que em uma delas haja alguma falha, mas nada que afete o resultado final. Também gostei da pirotecnia que rolou durante quase todo o show e, principalmente, antes de One.

Gostaria também de citar a ligação da banda com o público. Em todos os shows as bandas vêm com um discurso de que está gostando, que estão se divertindo e que o local do show tem o público mais vibrante. Porém dessa vez achei que os caras estavam realmente felizes de tocar ali. Principalmente o James Hetfield. A todo momento ele se dirifia ao público demonstrando satisfação de estar alí. Ou seja, achei que o discurso foi sincero. Também não seria diferente já que o estádio estava lotado e o público também deu show com as músicas sendo cantadas em uníssono. Em alguns momentos as arquibancadas estava linda de se ver. No fim do show o James pediu para acender todas as luzes do estádio e conseguimos ver como o local estava. Foi muito legal...

A banda mostrou que esse último disco renovou o som da banda e trouxe novamente credibilidade a uma das maiores bandas de todos os tempos fazendo-a agariar novos fãs e resgatando aqueles que foram se distanciando ao longo do fim da década de 90 e boa parte dessa primeira década do século XXI.