Em um post aí abaixo eu falo sobre o exagero de alguns fãs de rock que “endeusam” as bandas dos anos 60/70. Para algumas pessoas basta o disco ter sido lançado durante esse período para garantir um selo de qualidade. O titulo desse post é Muita coisa boa, mas também muita coisa ruim. Falo isso porque apesar de achar esse endeusamento uma besteira admito que muita coisa boa ainda está escondida nos arquivos da época.
Hoje eu quero falar de algo muito bom e que pertence à essa época (pelo menos em parte), sobre um músico que, este sim, merece ser "endeusado". As vezes acontece de eu conhecer determinada banda ou artista que até então nunca tinha ouvido e não parar mais. Foi assim quando eu conheci o Yes e o ELP, por exemplo.
A alguns meses ouvi falar de uma banda chamada Traffic pelo seu virtuosismo. Assim procurei e ouvi o segundo disco da banda chamado simplesmente de Traffic de 1968. Confesso que escutei o disco uma vez e nunca mais. Um tempo depois chegou em minha casa o meu exemplar de assinante da Poeira Zine com a tal banda na capa. Fui lendo as matérias e comecei a ouvir o disco novamente. Nessa segunda audição identifiquei coisas novas que não tinha percebido da primeira vez e acabei escutando mais e mais. Comecei a me interessar pela banda e mais pelo seu líder o Steve Winwood. A voz desse cara realmente me surpreendeu. É surpreendente saber que ele começou sua carreira com 11 anos e aos 16 já cantava em uma banda reconhecida, Spencer Davis Group. Com essa pequena introdução inicio uma apreciação de álbuns em que este artista participa. Escolhi discos de duas bandas e um disco solo. Também vou comentar os disco em ordem crescente de qualidade segundo os critérios do blog, ou seja meus critérios...rs.

Disco muito agradável de se ouvir e se não for o melhor de sua extensa carreira solo - já que não conheço outros - vou gostar muito dos outros. Clique e ouça aqui

Deixei por último o disco que mais gosto que teve a participação do Steve Winwood. Quando ele ainda estava no Spencer Davis Group um rapaz assistiu a apresentação da banda e gostou muito da performance do vocalista e imaginou ter uma banda com ele um dia. Esse espectador era Eric Clapton que na época tocava com o John Mayall & the Bluesbreakers. Depois ele saiu da banda e montou o Creame após o fim do Cream ele conseguiu se juntar ao Steve Winwood em uma banda chamada Blind Faith em 1970. Considerado um dos grandes supergrupos que já existiram já que todos os integrantes vinham de grandes bandas e eram reconhecidos pelo virtuosismo. Os outros integrante eram Rick Grech no baixo e o também ex-Cream Ginger Baker na bateria. Para se ter uma idéia essa banda estreou nos palcos em um enorme show para cerca de 80.000 pessoas (na verdade esse número é meio conflitante, dependendo da fonte falam em até 100.000 pessoas!!!). O disco é todo fenomenal, tendo apenas a parte de bateria da música Do What You Like como dispensável. Dífícil dizer quais os destaques, mas vou citar três músicas:Had to Cry Today com seu maravilhoso riff de guitarra, Can´t Find My Way Home, em qual se sobressai a voz de Steve Winwood e Presence of the Lord. Imaginem a polêmica que gerou a capa desse disco nos puritanos americanos. Tiveram que mudar a capa do disco e isso explica a dificuldade de se encontrá-lo com essa capa até hoje. Infelizmente essa banda durou apenas alguns meses, mas para quem gostar e quiser um pouco mais foi lançado a alguns anos um CD e DVD com um show de Eric Clapton e Steve Winwood juntos no Madison Square Garden em que tocam músicas do Blind Faith, Cream, Traffic, carreiras solos de ambos e de outros músicos. Simplesmente fantástico!!!