Monday, August 31, 2009

Como não conheci isso antes?

Em um post aí abaixo eu falo sobre o exagero de alguns fãs de rock que “endeusam” as bandas dos anos 60/70. Para algumas pessoas basta o disco ter sido lançado durante esse período para garantir um selo de qualidade. O titulo desse post é Muita coisa boa, mas também muita coisa ruim. Falo isso porque apesar de achar esse endeusamento uma besteira admito que muita coisa boa ainda está escondida nos arquivos da época.
Hoje eu quero falar de algo muito bom e que pertence à essa época (pelo menos em parte), sobre um músico que, este sim, merece ser "endeusado". As vezes acontece de eu conhecer determinada banda ou artista que até então nunca tinha ouvido e não parar mais. Foi assim quando eu conheci o Yes e o ELP, por exemplo.
A alguns meses ouvi falar de uma banda chamada Traffic pelo seu virtuosismo. Assim procurei e ouvi o segundo disco da banda chamado simplesmente de Traffic de 1968. Confesso que escutei o disco uma vez e nunca mais. Um tempo depois chegou em minha casa o meu exemplar de assinante da Poeira Zine com a tal banda na capa. Fui lendo as matérias e comecei a ouvir o disco novamente. Nessa segunda audição identifiquei coisas novas que não tinha percebido da primeira vez e acabei escutando mais e mais. Comecei a me interessar pela banda e mais pelo seu líder o Steve Winwood. A voz desse cara realmente me surpreendeu. É surpreendente saber que ele começou sua carreira com 11 anos e aos 16 já cantava em uma banda reconhecida, Spencer Davis Group. Com essa pequena introdução inicio uma apreciação de álbuns em que este artista participa. Escolhi discos de duas bandas e um disco solo. Também vou comentar os disco em ordem crescente de qualidade segundo os critérios do blog, ou seja meus critérios...rs.
Começo com o segundo disco de sua carreira solo lançado em 1980 chamado Arc of a Diver. O som desse disco soa um pouco pop e até AOR em alguns momentos. Com certeza foi uma das influencias para as bandas dos anos 80. Também dá para perceber qual foi a inspiração do Phil Collins em ser cantor. Achei a voz do careca do Genesis bem parecida com a voz de Winwood nesse disco. As músicas que se destacam são While You See a Chance e a faixa título cheia de teclados. Também é curioso quando se olha a lista dos músicos presentes no disco e encontramos apenas um nome Steve Winwood, ou seja ela gravou todos os instrumentos sozinho apesar de ter composto as músicas com alguns parceiros.
Disco muito agradável de se ouvir e se não for o melhor de sua extensa carreira solo - já que não conheço outros - vou gostar muito dos outros. Clique e ouça aqui

O segundo disco recomendado desse artista é também o segundo disco da banda Traffic, aquele que eu comento acima. Esse não é o melhor disco do Traffic, posto que ao meu entender deve ser dado ao John Barleycorn Must Die, mas esse foi o primeiro que eu conheci. Steve Winwood não canta todas as músicas, já que Chris Wood canta cerca de metade da músicas, mas toca piano, baixo, guitarra e teclado em muitas delas. O Traffic apesar de ter definido o que cada um faz na banda gravava seus discos revezando-se nos instrumentos. Talvez só o baterista Jim Capaldi não tocasse outros instrumentos, mas Dave Manson e Chris Wood, além do própiro Winwood são/eram todos multinstrumentistas. As músicas que chamam mais atenção são You Can All Join In, Pearly Queen e Fellin´Allright. Esse é um discaço e gostando desse certamente gostará do outro que citei acima

Deixei por último o disco que mais gosto que teve a participação do Steve Winwood. Quando ele ainda estava no Spencer Davis Group um rapaz assistiu a apresentação da banda e gostou muito da performance do vocalista e imaginou ter uma banda com ele um dia. Esse espectador era Eric Clapton que na época tocava com o John Mayall & the Bluesbreakers. Depois ele saiu da banda e montou o Creame após o fim do Cream ele conseguiu se juntar ao Steve Winwood em uma banda chamada Blind Faith em 1970. Considerado um dos grandes supergrupos que já existiram já que todos os integrantes vinham de grandes bandas e eram reconhecidos pelo virtuosismo. Os outros integrante eram Rick Grech no baixo e o também ex-Cream Ginger Baker na bateria. Para se ter uma idéia essa banda estreou nos palcos em um enorme show para cerca de 80.000 pessoas (na verdade esse número é meio conflitante, dependendo da fonte falam em até 100.000 pessoas!!!). O disco é todo fenomenal, tendo apenas a parte de bateria da música Do What You Like como dispensável. Dífícil dizer quais os destaques, mas vou citar três músicas:Had to Cry Today com seu maravilhoso riff de guitarra, Can´t Find My Way Home, em qual se sobressai a voz de Steve Winwood e Presence of the Lord. Imaginem a polêmica que gerou a capa desse disco nos puritanos americanos. Tiveram que mudar a capa do disco e isso explica a dificuldade de se encontrá-lo com essa capa até hoje. Infelizmente essa banda durou apenas alguns meses, mas para quem gostar e quiser um pouco mais foi lançado a alguns anos um CD e DVD com um show de Eric Clapton e Steve Winwood juntos no Madison Square Garden em que tocam músicas do Blind Faith, Cream, Traffic, carreiras solos de ambos e de outros músicos. Simplesmente fantástico!!!

No comments: