Monday, February 01, 2010

Metallica - 30/Janeiro - Morumbi

Depois de onze anos de sua última passagem por São Paulo tivemos novamente a oportunidade de assitir um grande show em São Paulo. Esqueçamos o desapontamento que todos tivemos no famoso show que não aconteceu no começo da década. A banda naquela época passava por problema que conhecemos no DVD Some Kind of Monster. Talvez até tenha sido bom que aquele show ter sido cancelado, afinal a banda não estava bem e isso certamente se refleteria em um show ruim e poderíamos ficar com mais má impressão da banda do que ficamos depois do lançamento do album St. Anger.


Chegamos no começo da tarde nos arredores do Morumbi e fiquei preocupado porque achei que tínhamos chegado tarde. A fila de todos os setores estava enorme e já estava me acostumando com o fato de que teria que ver o show de um local mais longe do que costumo ficar. Porém na entrada e devido o tamanho do palco percebi que não seria tão complicado assim ficar em bons lugares e fiquei mais tranquilo. Entramos no estádio por volta das 16:30 h e sabíamos que o show do Sepultura começaria apenas as 20:30 h, ou seja teria tempo e tranqulidade para tomar cerveja e fazer as consequentes visitas frequentes ao banheiro.

Quando a noite começou a cair em São Paulo percebemos que o show iria começar. Com a movimentação do público rapidamente conseguimos chegar bem próximos lá do pessoal da frente. O Sepultura começou seu show com uma musica do novo disco que se não era conhecida por todo mundo mesmo assim conseguiu animar o público. Depois tivemos um set list bem escolhido com bastante clássicos da banda como Troops of Doom, Arise, Inner Self e Roots Bloody Roots. Fazia alguma tempo que não me interessava pela banda já que achei os discos mais recentes bem irregulares, mas talvez eu tenha que apenas dar uma nova chance à eles. É evidente que a banda nunca conseguiu ser a mesma depois da entrada do Derick, porém a simpatia do cara faz você esquecer a decréscimo na qualidade musical que a banda teve após sua entrada. Fiquei impressionado com o peso da guitarra do Andreas Kisser, por se tratar de apenas uma guitarra. Porém fui lembrado que o Paulo Jr. toca seu baixo com distorção e isso ajuda a dar peso. Mesmo assim surpreende já que eles não estavam usando a mesma capacidade dos equipamentos utilizados pela banda principal. Resumindo, um ótimo show de abertura feita por uma banda competente. Cantei tanto que achei que não teria voz para cantar no show do Metallica.

Depois da banda de abertura os roadies começaram a fazer os ajustes para a banda principal. Achei que esses ajustes levaram muito tempo. Talvez tenha sido a ansiedade que fez com que o tempo demorasse para passar. O empurra-empurra estava fora do normal. Já fui a muitos shows e sempre tentei ficar lá no gargarejo, mas dessa vez estava realmente apertado. Eu já estava com a roupa ensopada e sabia que teria ainda uma três horas de show.

Então as luzes se apagam, um vídeo de introdução começa a rolar nos telões, o aperto ficou maior, quando a banda surge tocando Creeping Death. O público entrava em êxtase não sabia o que fazer, se cantava, se balançava os braços, se pulava ou se simplesmente tentava se manter em pé. Dessa vez não consegui encostar na grade, mas fiquei colado ao primeiro da fila. Foi o máximo que consegui e hoej estou com o corpo tão dolorido que parece que tomei uma surra.

O set list do show foi um pouco diferente do set list de Porto Alegre. E para uma banda com a quantidade de clássicos como e Metallica sempre vai ter alguma música que sentimos falta. No meu caso achei que faltou Battery e Whiplash. Ao todos foram três músicas do Kill ´Em All, três do Ride the Lightning, uma do Master os Puppets, três do ...And Justice for All, três do Metallica e quatro do Death Magnetic, além de um cover do Queen.

O que me chamou a atenção para o set list foi que apenas uma música do Master of Puppets foi tocada . Isso é um pouco estranho já que a grande maioria dos fãs da banda têm esse disco como o melhor da banda. Eu sempre achei o Ride the Lightning o melhor. Como não senti o público pedindo músicas tão diferentes das que foram tocadas penso que os fãs, mesmo que inconcientemente, já mudaram de opinião. Também é de se notar que nenhuma música dos discos contestados tenha sido tocada. Temos que analisar se isso é porque nenhuma daquelas músicas tem a mesma importância das músicas dos outros discos ou se isso foi simplemente pensado no sentido de agradar o público com músicas mais conhecidas.

Do mesmo modo que o som do Sepultura me impressionou o som do Metallica foi algo surpreendente, além de eles estarem usando o som completo. Peso e definição em todos os instrumentos. Apenas em uma música achei que a guitarra do James encobriu o solo do Kirk, mas na mesma música isso foi corrigido. Isso acontece devido a intensa troca de guitarras. É normal que em uma delas haja alguma falha, mas nada que afete o resultado final. Também gostei da pirotecnia que rolou durante quase todo o show e, principalmente, antes de One.

Gostaria também de citar a ligação da banda com o público. Em todos os shows as bandas vêm com um discurso de que está gostando, que estão se divertindo e que o local do show tem o público mais vibrante. Porém dessa vez achei que os caras estavam realmente felizes de tocar ali. Principalmente o James Hetfield. A todo momento ele se dirifia ao público demonstrando satisfação de estar alí. Ou seja, achei que o discurso foi sincero. Também não seria diferente já que o estádio estava lotado e o público também deu show com as músicas sendo cantadas em uníssono. Em alguns momentos as arquibancadas estava linda de se ver. No fim do show o James pediu para acender todas as luzes do estádio e conseguimos ver como o local estava. Foi muito legal...

A banda mostrou que esse último disco renovou o som da banda e trouxe novamente credibilidade a uma das maiores bandas de todos os tempos fazendo-a agariar novos fãs e resgatando aqueles que foram se distanciando ao longo do fim da década de 90 e boa parte dessa primeira década do século XXI.

2 comments:

Fabio Leite said...

Galera, acho que esse foi um dos melhores posts que eu já vi no JPM.

Aliás, até agora a melhor resenha sobre o show. Podia ser publicado no Globo.com sem dúvida nenhuma, ou na Folha, ou Estadão !

Voce captou os momentos mais importantes e concordo com praticamente todos !!!

Eu tb. estava tão apertado na primeira fila que mal tinha como me mexer. Hoje (segunda) tô me sentindo absurdamente quebrado (isso mesmo, na segunda mais que no domingo.....rs)

Excelente a imparcialidade sobre o estádio que estava legal demais e sobre o Andreas Kisser - achei que vc ia dar uma cutucada.... hehe

O James realmente tocou com tesão. Absurdo. O Lars poderia estar um pouco mais empolgado, não que não estivesse, mas comparado ao James.....

Os seguranças deveriam dar mais água pro publico, tava foda, os caras não davam nem meio copo !!!! Bando de fdp !

Pelo menos não vi nenhum colocando palheta no bolso, todas que pegaram deram pra galera. A minha peguei no chão mesmo.....

Vi uns videos no Youtube, mas acho que aparecemos no telão em Stone Cold Crazy do Queen e essa eu não encontrei.

Abs a todos os leitores,
Fabio

Unknown said...

Eu, particularmente, prefiro ficar mesmo um pouco mais atrás, para conseguir ver o palco todo. Vendo o relato de como vcs ficaram quebrados, não me arrependi de minha escolha. hehehe
No segundo show eles tocaram uma do reload, Fuel. Podem jogar as pedras, mas eu gosto dessa música. :) Eu acho que eles realmente não tocam as músicas do Load e do Reload pensando na reação do público, mas com relação ao St. Anger, pode ser porque as músicas não tragam boas recordações para eles. Principalmente se vocÊ ver o discurso do James durante o show. "I´ll make you fell good e you will make me fell good."