Wednesday, May 31, 2006

Ecletismo - falta de identidade musical

A descrição que fiz para esse blog diz que esse é um espaço para falar de música e futebol. Porém quem já leu todos os textos ou pelo menos deu uma passada de olhos percebeu que o assunto futebol ficou com quase todo o espaço. Ainda não tive muito tempo para falar de música já que a campanha irregular do CORINTHIANS está tomando meus pensamentos mais que o normal.

Mas hoje vou dar ao assunto música mais espaço e futuramente espero que os assuntos fiquem com o mesmo nível de importância.

Me perguram esses dias porque eu acho errado gostar de vários estilos musicais. É dificil de responder mas vou tentar.

Gosto de música, em geral, desde 1988. Na época eu escutava praticamente o que tocava nas rádios e de vez em quando adquiria um disco. Não existia CD ainda, então eram LPs. Aliás eu gostava tanto dos LPs, as capas eram grandes, dava para você ver todos os detalhes. Mas nessa época os discos que eu comprei foram de vários grupos musicais da linha de Erasure, Oingo Boingo, Technotronics, entre outros. É de autoria desse último grupo a música que tem o termo utilizado por muitos hoje para falar de dance music: poperô...Quem conhece a música Pump Up the Jam sabe do que estou falando. Quem não conhece procure por algum desses programas de busca e baixe essa música. Não esperem um clássico musical dos anos 80. Até é um clássico, mas musicalmente não é grande coisa.

Bem, eu gostava desse tipo de música até eu ter acesso ao mundo do heavy metal. Tinha um primo que gostava muito de Iron Maiden e fiquei interessado já que o heavy metal tinha aquele clima de coisa proibida. Essa visão era muito influenciada pela Rede Globo que cunhou o termo metaleiro para quem gostava desse estilo. É claro que as capas dos discos do Iron Maiden também chamaram atenção.

Foi quando comprei meu primeiro disco The Number of The Beast. Pronto, minha vida mudou. A partir daí comecei a escutar tudo do Iron Maiden. Ainda tinha contato com coisas das rádios, como Bon Jovi, Europe e Guns N´Roses. Mas heavy metal era o que eu gostava.

Com isso acabei deixando de lado as coisas que inicialmente eu gostava porque achava que aquilo não tinha mais nada a ver com o que estava escutando naquele momento. E realmente não tinham mesmo.

Posso dizer que hoje sou uma pessoa que gosta de música, mas meu gosto musical se restringe a certos estilos dentro da música em geral. Para quem realmente gosta de música acho que não tem como gostar de estilos diversos. Não estou falando que quem realmente gosta de música tem que gostar de heavy metal, hard rock ou rock progressivo. Estou falando que quem escuta música por prazer tem estilo definido.

O termo ecletismo para mim não quer dizer nada. Não, na verdade, tem sim, mas não do modo como é usado. Ecletismo é o termo que define aquelas pessoas que escutam música não por prazer e sim apenas por diversão. Para pessoas que não querem estar em um churrasco ou um barzinho onde não tem um som ambiente. Precisam de algo para dar um clima. Para aquelas pessoas que não se importam se a balada tem axé, forró ou sertanejo. O que importa é ter um local para ir atrás de um parceiro(a) para dar uns amassos. Quando escuto alguém falando “eu danço forró para catar umas minas”, ou “eu gosto porque as minas gostam” eu paro a discussão. Gosto de conversar sobre música, mas com quem também gosta de música. O problema nesses casos já não é a música e sim a falta de personalidade.

Não sei se estou sendo claro. Minha intenção não é ofender ninguém, mas esse é o real razão de eu achar que não se pode gostar de tudo. Porque se realmente gosta-se de algo você trata com respeito e não como um enfeite, detalhe ou pretexto para alguma coisa.

4 comments:

Anonymous said...

Concordo com oq vc falou, principalmente no q diz respeito a ouvir música por diversão... mtas pessoas são assim, ouvem certas músicas devido ao local/ambiente q se encontram e nao necessariamente pq gostam daquele estilo. Quem nunca fez isso?! até vc ja fez isso q eu sei :P
Eu já curti muito mais música do q curto atualmente. Hj eu nao fico mais atras de TUDO q estiver relacionado às bandas q gosto, como Pearl Jam por exemplo, q até lançou um disco novo e eu ainda nem ouvi msm depois de vc te-lo puxado para mim :P hehe Mas acho q isso nao significa q eu nao goste de música, apenas q hj eu priorize outras coisas q nao música.
Mas já q moramos e estamos a um bom tempo jtos, aprendi a "melhorar" meu gosto musical rs rs e sou mto mais exigente em relacao a isso do q jamais fui.
Nunca gostei de forró, MPB (Caetano, Chico e outras musicas pra ninar) e muito menos de pagode! No início da faculdade, era horrivel ter q sair pra "Forrós Universitários" e "Palquinhos da Federal" rsrs. Mtas vezes minhas amigas nao me entendiam e me achavam chata por simplesmente nao gostar (ou até mesmo nao suportar) desses estilos musicais. Até hj eu nao gosto, mas ainda bem q encontrei uma pessoa mto mais exigente e mais detalhista nesse sentido do q eu hehe.
Beijinhos.

Anonymous said...

falou e disse!

Anonymous said...

Tudo isso pra mim ?????? rs rs rs rs
Quanta atenção !!!!!!!

Como estão as coisas ai, to vendo que tá sobrando tempo já !!!!rs

Não li o post inteiro, mas li o e-mail e o coment da Cris.
Acho que nas entrelinhas foi dito o que eu penso: gostar é gostar, se divertir é se divertir e suportar é suportar !!!!

Existem estilos musicais que se encaixam nas 3 categorias, mas como voce é um cara revoltado juntos o gostar e se divertir e fez uma categoria só!

Grande abraço, vamos sentir saudades,
Fabio Leite N. 1

MTSnD said...

Fer

Concordo com vc que existem pessoas que "escutam" ou "gostam" de um determinado estilo musical mais pelo ambiente em que ele está relacionado (carnaval, rODEIO, etc). Mas discordo de vc quando vc diz que ecletismo não quer dizer nada.

Eu diria que vc mesmo é um exemplo de ecletismo, pois existe tanto qualidade como distância entre Heavy Metal e Rock Progressivo. Acredito que isso seja ecletismo. Sei que vc gosta de Dream Theater, e acho que vc tb gosta de Frank Zappa. Ambos são muito bons, mas são extremamente diferentes. Isso tb é ecletismo.

Eu me lembro que vc era um TRUE METAL GUY quando eu lhe emprestei dois cds com a coletânea completa do Pink Floyd. E um tempo depois, num daqueles churrascos da rep, vc um tanto etilicamente alterado me disse que havia começado a gostar de Progressivo justamente por causa daqueles CDs. Hoje vc com certeza conhece muito mais coisas que eu, pois sei que vc vai a fundo quando o assunto é música.

Eu de minha parte já ouvi bastante coisa, desde MPB, passando por Rock'n Roll e HM, de tudo um pouco. Confesso que pouca coisa ou quase nada a fundo. Não sou do tipo de pessoa que fica fuçando detalhes de uma banda, como eu sei que vc é. Mas de qq maneira eu acabei divergindo o meu gosto para jazz, e jazz mixtureira com funk (não o carioca, obviamente), jazz-fusion, acid-jazz, e um monte de outros nomes que os "entendidos" inventam. E quando eu ouço uma música como Take Five do Dave Brubeck, ou Flowers for a Lady do Charles Mingus, e várias músias do Miles Davis me passa aquela eletricidade na espinha da mesma que quando escuto Holy Wars do Megadeth, NIB do Sabbath, One do Metallica, Can't bring me Down do Suicidal, Alive do Pearl Jam, e Sunday Bloody Sunday do U2. Não que eu seja eclético, e nem quero ser classificado como tal. Acho meio esnobe, coisa de menino bobo metido a sabichão e até meio coisa de baitola. Mas concluindo, eu não gosto de tudo, mas de tudo o que eu gosto eu percebi um ponto em comum: as músicas que eu pessoalmente gosto são feitas com originalidade e paixão, independente da qualidade técnica. É por isso que eu disse uma vez, e vc até ficou bravo comigo, que Yngwie Malmsteen era chato para kct bem como os primeiros discos do Joe Satriani (Como dizia Fred, todo guitarrista é meio bobo).

O Satriani é um exemplo para mim de que qualidade técnica e musicalidade são coisas distintas. Eu penso que os últimos discos dele, começando em Time Machine, e mais especificamente depois de Joe Satriani-Joe Satriani ele percebeu que não precisava mais mostrar que era bom e que consegue fazer coisas que poucas pessoas conseguem fazer, e assim ele pode explorar mais a sua musicalidade (criatividade e inspiração musical), inclusive nos discos posteriores adicionando um tempero techno nos seus discos, o que eu particularmente achei muito bom.

Acho que me estendi demais. Espero ter passado a menssagem.

abrs
Sonoda